Cefaléia, a famosa dorzinha de cabeça...
Em termos médicos, dor de cabeça chama-se cefaléia e ela pode ocorrer de forma primária ou ter uma causa subjacente (cefaléia secundária).
Há vários tipos de cefaléias primárias, os dois tipos mais comuns são:
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Cefaléia tensional: normalmente manifestando-se como sensação de peso ou pressão e acometendo os dois lado da cabeça, com intensidade leve a moderada, podendo durar desde 30min a 7 dias. Normalmente não possui náusea e pode ter foto ou fonofobia ( piora da dor quando exposto a luminosidade ou barulho). Essa cefaléia tende a melhorar com exercício físico.
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Enxaqueca: manifesta-se como dor pulsátil, em um dos lados da cabeça, moderada a intensa, podendo durar de 4 a 72 horas. No geral, está associada a náusea e/ou vomitos e foto e fonofobia. Diferente da cefaléia tensional, a mesma tende a piorar com exercício físico. Geralmente esses pacientes sentem-se melhora quando deitados em quarto escuro e silencioso. Por vezes, a enxaqueca pode vir associada a alguns sinais e sintomas que ocorrem no máximo 1 hora antes do início da dor como dormência em um lado do corpo ou alteração visual ("brilhos na visão"), nesses casos, chamamos de enxaqueca com aura. Porém, caso sua cefaléia seja nova e venha antecedida por esses sinais e sintomas, é sempre importante excluir causas secundárias com exame de imagem.
Existem outros tipos de cefaléias primárias como as cefaléias trigêmino-autonômicas, cefaléia primária da tosse, em facadas primária, numular, dentre outros nomes específicos para cada uma delas. Mas o principal é que nesse tipo de cefaléia, não há, como dito anteriormente, uma causa secundária que esteja provocando a dor.
Em casos de cefaléias primárias, há medicações que podem ser usadas como abortivo para a dor (que cessam a dor imediatamente) como os analgésicos e anti-inflamatórios e medicações que são usadas para reduzir a frequência e intensidade das crises de dor, que são os profiláticos, dentre eles o topiramato, a nortriptilina e o propranolol. Somente seu médico saberá qual a melhor medicação indicada no seu caso.
Além de medicamentos, também são importantes as medidas não-medicamentosas como: exercício físico, dieta, redução do estresse, melhora do sono, evitar bebidas alcoólicas e evitar os fatores desencadeantes da sua cefaléia. Com um "diário de crise" (folha onde são anotadas informações sobre a sua dor para monitorização da frequência, intensidade, uso de analgésico, duração e inclusive dos possíveis fatores desencadeantes para que ela ocorresse como: estresse, jejum prolongado, cafeína, insônia ou ter dormido demais, ingestão de bebida alcoólica, alguns alimentos e bebidas específicos como vinho tinto, queijo, alimentos gordurosos, doces, etc) será possível identificar os fatores desencadeantes da sua dor (que podem variar de pessoa a pessoa) com a finalidade de evitá-los.
Caso sua dor tenha quaisquer uma das seguintes características é importante procurar o médico com urgência:
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Início súbito, atingindo intensidade máxima em menos de 1 minuto, ou seja descrita como "a pior dor da vida"
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Seja associada a febre ou rigidez no pescoço
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Tenha crise convulsiva, alteração comportamental ou confusão mental ou desmaio
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Inicie logo após se exercitar ou ter um trauma na cabeça
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Seja uma cefaléia nova de início recente, principalmente se gestante ou após os 40 anos de idade
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Esteja associada a fraqueza em um lado do corpo, formigamentos, dormência em um lado do corpo, alteração visual ou outros déficits neurológicos.
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Caso sua dor tenha relação estrita com a posição do corpo, ou seja, surja sempre após deitar ou após levantar-se ou ao efetuar manobra de valsalva (como ao evacuar)
Nesses casos, será importante realizar investigação com exame de imagem (e por vezes com coleta de liquor) para a exclusão de causas secundárias como tumor cerebral, hemorragia intracraniana, infecção do sistema nervoso central (meningite), etc.
Para diagnosticar e tratar sua cefaléia da melhor maneira possível, procure seu neurologista. ;)